Reforma Tributária

Reforma Tributária para e-commerces – o que muda?

A Reforma Tributária é uma das maiores mudanças no sistema tributário brasileiro dos últimos tempos — e se você tem um e-commerce, precisa começar a se preparar agora.

Em abril deste ano, o Fisco anunciou que o software da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) já está pronto, e que a partir de junho, 500 empresas vão iniciar testes de integração com os novos layouts fiscais. A promessa é que, até 2026, o novo modelo esteja em pleno funcionamento.

Mas o que isso significa para quem tem um e-commerce? Mais do que adaptar seu sistema tributário, essa reforma muda a lógica da operação, da precificação e até da estrutura do seu negócio.

Reforma Tributária na prática

A proposta da Reforma (PEC 45/2019) tem como base a criação de dois tributos:

  • CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) – federal, que substitui PIS, COFINS e IPI
  • IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) – estadual e municipal, que substitui ICMS e ISS

Esses dois impostos serão não cumulativos, cobrados sobre o valor agregado, e terão cobrança no destino da operação (estado do consumidor final). O modelo também prevê um crédito financeiro mais amplo, simplificando a apuração e eliminando distorções no aproveitamento de créditos.

A ideia é tornar o sistema mais simples e uniforme. Mas para e-commerces, essa transição traz uma série de desafios operacionais, fiscais e estratégicos que precisam ser compreendidos com antecedência.

CBS: o que está pronto e o que ainda está em debate

Segundo o Serpro, o software da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) já está pronto e entrará em fase de testes. A partir de junho, um ambiente de produção restrita será liberado para 500 empresas, que poderão testar a integração de seus sistemas com os novos layouts fiscais definidos pelo Fisco.

Essa etapa marca o início da aplicação técnica da Reforma Tributária, sinalizando que as empresas devem se antecipar na adaptação de seus sistemas de emissão, apuração e controle tributário.

Enquanto isso, o modelo de split payment ainda está em debate entre o governo e o setor privado. A proposta, que prevê a retenção automática do imposto no momento da transação, ainda não foi regulamentada oficialmente — mas está prevista para ser implementada principalmente em transações B2B.

Ou seja: a estrutura já está sendo construída, mesmo que alguns modelos ainda estejam sendo definidos. Para quem vende online, o alerta é claro: é hora de se preparar.

Principais impactos da Reforma Tributária para o e-commerce

Impactos operacionais e tributários:

  • Revisão da precificação: será necessário recalcular margens, custos e preços com base na nova incidência tributária.
    Atualização de documentos fiscais: novos layouts de NF-e exigirão que ERPs e emissores sejam adaptados.
  • Retenção automática de tributos (split payment): altera o fluxo de caixa da empresa e exige novo controle financeiro.
  • Dupla apuração na transição: durante os primeiros anos, será necessário apurar no sistema atual e no novo modelo simultaneamente.
  • Crédito financeiro ampliado: empresas fora do Simples Nacional poderão aproveitar créditos com mais facilidade.
  • Avaliação do regime tributário: será necessário reavaliar se o Simples Nacional continua sendo vantajoso ou se faz sentido migrar.

Impactos comerciais:

  • Adaptação de sistemas e integrações: ERPs, marketplaces e plataformas precisarão suportar o novo formato fiscal.
  • Mudança no valor líquido das vendas: com parte do pagamento indo direto ao Fisco, o planejamento financeiro deve ser refeito.
  • Planejamento tributário por produto: a correta classificação fiscal (NCM) se torna ainda mais importante.

Como os e-commerces podem se preparar?

Para se adaptar à nova realidade fiscal, empresas do setor digital devem tomar providências imediatas. As principais ações incluem:

  • Monitoramento técnico contínuo dos documentos disponibilizados pela Receita Federal e do Comitê Gestor do IBS/CBS.
  • Revisão da classificação fiscal (NCM) de todos os produtos comercializados, com atenção especial aos tratamentos tributários específicos.
  • Atualização dos sistemas de ERP e emissão de documentos fiscais, garantindo compatibilidade com os novos layouts XML e eventos específicos.
  • Reavaliação do regime tributário atual, especialmente para empresas em transição do Simples Nacional, considerando cenários de Lucro Presumido e Regimes Especiais.
  • Análise de impactos financeiros com base no split payment, que modifica o fluxo de recebimentos e a estrutura de precificação dos produtos.

Empresas que já vendem entre CNPJs (modelo B2B) devem priorizar esses ajustes — mas mesmo quem vende no B2C precisa acompanhar o avanço da implementação, que poderá ser ampliado nos próximos anos.

Próximos passos do Cronograma

Conforme divulgado pela Receita Federal e pelo Ministério da Fazenda:

  • Abril/2025: software da CBS pronto, com layouts técnicos publicados
  • Junho/2025: liberação do ambiente de homologação (produção restrita) para 500 empresas testarem a integração ao novo modelo.
  • 2026: início da fase de transição, com a convivência dos sistemas atuais (ICMS, PIS, COFINS, ISS, IPI) e os novos tributos (IBS e CBS).

Riscos para empresas que não se adaptarem

Negócios que não realizarem os ajustes necessários dentro do prazo poderão enfrentar:

  • Rejeição de documentos fiscais por incompatibilidade com os novos layouts.
  • Impossibilidade de emissão de NF-e, especialmente em operações B2B.
  • Interrupções no fluxo de venda em marketplaces e canais com split automático.
  • Perda de aproveitamento de créditos fiscais.
  • Autuações e penalidades por recolhimento incorreto de tributos.

Além dos riscos fiscais, há também impactos operacionais — como falhas nas integrações entre sistemas e prejuízos na precificação por falta de simulação tributária adequada.

Como a Tributei pode ajudar

A Tributei é um hub de soluções tributárias especializado em e-commerces e negócios digitais. E como sempre, já estamos um passo à frente acompanhando todos os desdobramentos da Reforma Tributária.

Funcionalidades da Tributei:

  • Cálculo automático de ICMS-ST, DIFAL,, com base nas regras atualizadas de todos os estados
  • Emissão e pagamento facilitado de guias GNRE para vendas interestaduais
  • Relatórios gerenciais e estratégicos por produto, estado e operação
  • Monitoramento diário da legislação estadual, com regras sempre atualizadas
  • Plataforma intuitiva e pronta para uso na rotina fiscal de e-commerces e negócios multicanal
  • E agora, com a chegada da Reforma Tributária, a Tributei também oferece: o  Simulador exclusivo da Reforma Tributária, que calcula o impacto da nova carga tributária no seu e-commerce de forma clara e segura.

Conclusão

 Quer saber se sua empresa vai pagar mais ou menos imposto com a CBS e o IBS? Teste agora com o nosso simulador da Reforma Tributária

A Reforma Tributária não é mais um projeto distante — ela já começou a ser implementada na prática. Para quem vende online, especialmente em um cenário de expansão digital e operação multicanal, essa mudança exige muito mais do que atenção: exige preparo técnico, planejamento tributário e decisões estratégicas antecipadas.

E quanto mais cedo sua empresa se adapta, menores os riscos e maiores as oportunidades. A Tributei está aqui pra isso: transformar complexidade fiscal em soluções práticas, que mantêm seu e-commerce competitivo, regular e pronto para crescer com segurança.

Porque quem vende online precisa de mais do que nota fiscal.
Precisa de estratégia. E com a Tributei, você tem.

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